NÓS-UP lamen­ta que Manuel Fra­ga tenha morri­do… sem ser pre­via­men­te jul­ga­do e condenado

fragafrancoNÓS-UP – A mor­te de Manuel Fra­ga, ati­vo repres­sor no apa­relho de poder da segun­da meta­de da dita­du­ra fran­quis­ta e des­de entom afe­rra­do às estru­tu­ras do Esta­do espanhol em dife­ren­tes postos e sem­pre ao ser­viço dos seto­res e inter­es­ses mais reacio­ná­rios e corrup­tos do Esta­do espanhol, pode­ria ser toma­da sim­ples­men­te como umha boa notí­cia para todos e todas as demo­cra­tas galegas.


No entan­to, como gale­gos e gale­gas cons­cien­tes, a mili­tán­cia de NÓS-Uni­da­de Popu­lar nom pode dei­xar de mani­fes­tar a sua rai­va pola impos­si­bi­li­da­de para, ape­sar da lon­ga vida do velho fran­quis­ta ago­ra mor­to, pô-lo a dis­po­siçom de um tri­bu­nal popu­lar que o jul­gas­se polos cri­mes de que foi res­pon­sá­vel polí­ti­co ao lon­go da sua carrei­ra política.

Inimi­go decla­ra­do das esquer­das, dos nacio­na­lis­mos peri­fé­ri­cos de cará­ter defen­si­vo, dos direi­tos das mulhe­res e de qual­quer ideia liga­da ao pro­gres­so social; rene­ga­do da sua con­diçom de gale­go para ser­vir toda a sua vida ao pro­je­to impe­ria­lis­ta e racis­ta espanhol; Manuel Fra­ga des­ta­cou tam­bém pola sua per­se­guiçom aber­ta con­tra o nos­so idio­ma duran­te a dita­du­ra e pola apli­caçom, já na eta­pa auto­nó­mi­ca, de umha tera­pia letal deno­mi­na­da «bilin­güis­mo har­mó­ni­co», que deri­vou na situaçom de extre­ma gra­vi­da­de atual para a nos­sa comu­ni­da­de lingüística.

Orde­nou dis­pa­rar con­tra obrei­ros, jus­ti­fi­cou a execuçom judi­cial e nom judi­cal de opo­si­to­res ao fran­quis­mo, defen­deu dita­do­res como Augus­to Pino­chet ou o pró­prio Fran­cis­co Fran­co, mas tam­bém se pujo ao ser­viço da refor­ma polí­ti­ca que per­mi­tiu que a muda­nça de regi­me à mor­te do assas­sino Fran­co man­ti­ves­se a clas­se domi­nan­te espanho­la no con­tro­lo do apa­relho polí­ti­co ins­ti­tu­cio­nal, evi­tan­do assim umha ver­da­dei­ra rup­tu­ra demo­crá­ti­ca que nun­ca acon­te­ceu até hoje.

A corre­laçom de forças duran­te todos estes anos, sem­pre favo­rá­vel à gran­de bur­gue­sia, jun­to à ren­diçom e ade­som ao regi­me de suces­si­vos movi­men­tos da esquer­da nas últi­mas déca­das, impe­diu que esse neces­sá­rio jul­ga­men­to ao fran­quis­mo e aos fran­quis­tas, res­pon­sá­veis de milha­res de mor­tes, de tor­tu­ras e do empo­bre­ci­men­to gene­ra­li­za­do da Gali­za e dou­tros povos pudes­se verificar-se.

Espe­cial­men­te sig­ni­fi­ca­ti­vo do grau de inte­graçom da opo­siçom de esquer­da refor­mis­ta é a indig­na reaçom, no nos­so país, do BNG, que rapi­da­men­te trans­mi­tiu con­do­lên­cias ao PP e lamen­tou publi­ca­men­te a mor­te de Fra­ga, expli­ci­tan­do a sua renún­cia a falar do seu sig­ni­fi­ca­do polí­ti­co nom só no fran­quis­mo, mas nos 15 anos de governo auto­nó­mi­co nefas­to para o nos­so país. O BNG limi­tou-se a defi­nir todo isso com o adje­ti­vo «con­tro­ver­so». O auto­no­mis­mo gale­go demons­tra mais umha vez que fai par­te do regi­me espanhol e pom-se do seu lado em lugar de denun­ciar a impu­ni­da­de que per­mi­tiu ao ex-minis­tro fran­quis­ta ficar livre de puniçom polo seu papel na dita­du­ra militar.

NÓS-Uni­da­de Popu­lar lamen­ta que esse jul­ga­men­to nom tenha sido pos­sí­vel e com­pro­me­te a sua pala­vra em con­ti­nuar a denun­ciar o fran­quis­mo e a sua pro­lon­gaçom no regi­me monár­qui­co atual, nega­dor dos direi­tos das maio­rias sociais, dos povos opri­mi­dos e das mulheres.

Fas­cis­mo Nun­ca Mais!

Por um jul­ga­men­to popu­lar do franquismo,

pola memó­ria his­tó­ri­ca e a rup­tu­ra democrática,

pola Repú­bli­ca Socia­lis­ta da Galiza!

Gali­za, 16 de janei­ro de 2012

Direçom Nacio­nal de NÓS-Uni­da­de Popular

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