Pri­mei­ra Linha reali­zou 5º Con­gres­so partidário

Qua­tro anos depois do ante­rior con­gres­so, que deco­rre­ra em Ferrol em 2006, a mili­tán­cia do nos­so par­ti­do reuniu-se para dis­cu­tir e apro­var as teses Polí­ti­ca e Orga­ni­za­ti­va, num con­tex­to espe­cial­men­te mar­ca­do pola cri­se sis­té­mi­ca capitalista.

O 5 º Con­gres­so ava­liou com total aber­tu­ra crí­ti­ca o tra­balho rea­li­za­do des­de a ante­rior con­vo­ca­tó­ria con­gres­sual, os ava­nços atin­gi­dos e as tare­fas pen­den­tes, assim como a evo­luçom inter­na na com­po­siçom de clas­se do par­ti­do, que caminha para umha cla­ra hege­mo­nia operária.

Os tex­tos apro­va­dos assi­na­lam os ris­cos de que a actual cri­se capi­ta­lis­ta deri­ve em “saí­das key­ne­sia­nas, popu­lis­tas ou de carác­ter fas­cis­ta”, o que obri­ga a cons­truir “vigo­ro­sos par­ti­dos ope­rá­rios revo­lu­cio­ná­rios” como o que Pri­mei­ra Linha aspi­ra a representar.

O per­fil revo­lu­cio­ná­rio e con­trá­rio ao refor­mis­mo, o pro­ta­go­nis­mo da clas­se ope­rá­ria e o rejei­ta­men­to das fal­sas saí­das para a cri­se fôrom as bases da aná­li­se sobre a situaçom actual da esquer­da na Gali­za e no mun­do, num momen­to em que exis­tem con­diçons para for­ta­le­cer as posiçons comu­nis­tas na lui­ta pola derro­ta his­tó­ri­ca do capitalismo.

No ámbi­to da polí­ti­ca nacio­nal, o con­gres­so do nos­so par­ti­do ava­liou como impres­cin­dí­vel a con­so­li­daçom da corren­te da esquer­da inde­pen­den­tis­ta que cons­ti­tuí­mos, jun­to às suas expres­sons juve­nil, estu­dan­til e sin­di­cal, assim como com as com­panhei­ras e com­panhei­ros de NÓS-Uni­da­de Popular.

Pro­gra­ma tác­ti­co e estratégico

O nos­so par­ti­do dotou-se nes­te 5º Con­gres­so de um pro­gra­ma tác­ti­co, ali­ce­rça­do na rei­vin­di­caçom de demo­cra­cia real; da sobe­ra­nia e a cons­truçom nacio­nal; de jus­tiça social e eco­nó­mi­ca; de rup­tu­ra do qua­dro patriar­cal; de lui­ta pola sus­ten­ta­bi­li­da­de ambien­tal e da éti­ca comunista.

No plano estra­té­gi­co, situa­mos a lui­ta his­tó­ri­ca polo comu­nis­mo, que deve ter umha dimen­som glo­bal arti­cu­la­da em lui­tas nacio­nais, no caminho de dis­so­luçom dos esta­dos com a vitó­ria da revo­luçom mun­dial. A rei­vin­di­caçom da liber­da­de e do carác­ter liber­ta­dor do pro­jec­to comu­nis­ta, face ao carác­ter ultra-repres­si­vo que che­gá­rom a adop­tar os sis­te­mas cha­ma­dos de “socia­lis­mo real” duran­te o sécu­lo pas­sa­do, é um prin­cí­pio irre­nun­ciá­vel para as e os comu­nis­tas gale­gos, assim como a abo­liçom do tra­balho e a sua subs­ti­tuiçom pola acti­vi­da­de pro­du­ti­va livre e voluntária.

Eta­pas do pro­ces­so de acu­mu­laçom de forças

O 5º Con­gres­so defi­niu as eta­pas do pro­ces­so de acu­mu­laçom de forças para o suces­so revo­lu­cio­ná­rio. “A Revo­luçom Gale­ga será o con­tri­bu­to do nos­so povo e da nosa clas­se para a liber­taçom e eman­ci­paçom da huma­ni­da­de opri­mi­da. Como pro­ces­so his­tó­ri­co com iden­ti­da­de e carac­te­rís­ti­cas pró­prias, con­ce­bi­do na Gali­za e para a Gali­za, tem que apren­der de todas as expe­riên­cias e ache­gas de outros povos nas mais afas­ta­das coor­de­na­das geo­grá­fi­cas e eta­pas his­tó­ri­cas. Mas ante todo deve ser fru­to da nos­sa par­ti­cu­lar cria­ti­vi­da­de. Um pro­ces­so genuino e ori­gi­nal deri­va­do de múl­ti­plas expe­riên­cias ensaia­das polos sec­to­res popu­la­res de umha naçom sub­me­ti­da ao impe­ria­lis­mo espanhol que resis­te a impla­cá­vel esta­té­gia assi­mi­la­cio­nis­ta que de for­ma com­bi­na­da, embo­ra assi­mé­tri­ca, apli­ca o capi­ta­lis­mo his­pano e global”.

Objec­ti­vos estratégicos

Fôrom rati­fi­ca­dos os objec­ti­vos estra­té­gi­cos da Revo­luçom Gale­ga (RVG). Pri­mei­ra Linha nom só con­si­de­ra que “Nom há duas revo­luçons idên­ti­cas”, mani­fes­ta que a RVG tem “três tare­fas fun­da­men­tais inter­li­ga­das entre si: liber­tar a Pátria da opres­som nacio­nal espanho­la, do impe­ria­lis­mo nor­te-ame­ri­cano e da UE, dotando‑a de um esta­do ple­na­men­te livre e sobe­rano, onde o poder popu­lar de um povo auto-orga­ni­za­do sem nen­gum tipo de entra­ves e limi­taçons cons­trua umha socie­da­de socia­lis­ta, sem clas­ses sociais nem des­igual­da­des, eman­ci­pan­do mais da meta­de da força de tra­balho ‑as mulhe­res- da alia­nça sim­bió­ti­ca que o capi­ta­lis­mo man­tém com o patriar­ca­do. Umha Revo­luçom socia­lis­ta de liber­taçom nacio­nal e anti­pa­triar­cal”.

Prin­ci­pais prio­ri­da­des par­ti­dá­rias para o vin­dou­ro período

O 5º Con­gres­so defi­niu as prin­ci­pais linhas de tra­balho e inter­ve­nçom par­ti­dá­rias para a actual eta­pa de acu­mu­laçom de forças.

- Recu­pe­rar para NÓS-Uni­da­de popu­lar o pro­ta­go­nis­mo inves­ti­do nas enti­da­des sobe­ra­nis­tas de carác­ter unitário.

2º- Con­so­li­dar e alar­gar a pene­traçom no movi­men­to obrei­ro, com des­ta­que para o pro­le­ta­ria­do, assim como ava­nçar na nos­sa intro­duçom no teci­do asso­cia­ti­vo e nos movi­men­tos sociais, nos prin­ci­pais ámbi­tos nos que se des­en­vol­ve a lui­ta de classes.

- Ganhar a hege­mo­nia na juven­tu­de e estu­dan­ta­do de extra­cçom popu­lar mais com­ba­ti­vo e rebelde.

4º- Con­tri­buir a afor­ta­lar e alar­gar o Movi­men­to Femi­nis­ta Gale­go na sua ver­ten­te mais com­ba­ti­va e antissistémica.

- Dotar ao MLNG de umha ferra­men­ta nacio­nal de coor­de­naçom das enti­da­des e colec­ti­vos locais de defe­sa da cul­tu­ra e o idio­ma de posiçons mono­lín­gües e reintegracionistas.

6º- Con­ti­nuar com a for­maçom polí­ti­ca e ideo­ló­gi­ca da mili­tán­cia para nutrir com novos qua­dros as tare­fas ime­dia­tas e estra­té­gi­cas que as neces­si­da­des do MLNG reque­rem. Mar­ca­mos como objec­ti­vo cons­ti­tuir de for­ma per­ma­nen­te e está­vel a Esco­la Nacio­nal de Qua­dros Comu­nis­tas Mon­cho Reboiras.

7º- Apro­fun­dar sem tré­gua na batalha ideo­ló­gi­ca que cla­ri­fi­que defi­ni­ti­va­men­te os dous cam­pos que con­fluí­mos em simi­lar espaço des­mas­ca­ran­do as diver­sas moda­li­da­de de reformismos.

8º- Pros­se­guir com o tra­balho inter­na­cio­na­lis­ta e de divul­gaçom da lui­ta gale­ga no seio do MCB e com todas aque­las orga­ni­zaçons, par­ti­dos e movi­men­tos que na Euro­pa e res­to do glo­bo ques­tio­nem de raíz o capitalismo.

9º- Ini­ciar um pro­ces­so de apro­xi­maçom da comu­ni­da­de imi­gran­te para a inte­grar no MLNG.

10º- Des­en­vol­ver e melho­rar o nos­so pro­jec­to comu­ni­ca­ti­vo e ideo­ló­gi­co: Abren­te, Abren­te Edi­to­ra, Pri­mei­ra­linha em Rede, e sen­tar as bases para a ediçom de umha revis­ta teó­ri­ca marxista.

Estra­té­gia insurrecional

Pri­mei­ra Linha, como par­ti­do comu­nis­ta, mar­ca como objec­ti­vo estra­té­gi­co a toma­da do poder “Quan­do o movi­men­to obrei­ro e popu­lar atin­gir um grau de auto-orga­ni­zaçom e cons­ciên­cia que per­mi­ta despu­tar a Espanha, o Capi­tal e o Patriar­ca­do a hege­mo­nia em todos os ámbi­tos seme xce­pçom, na esfe­ra polí­ti­ca, social, cul­tu­ral e mili­tar”.

Tare­fas e papel da clas­se ope­rá­ria gale­ga no processo

A Insu­rreiçom Nacio­nal e Popu­lar (INOP) como estra­té­gia de toma­da do poder para o suces­so da Revo­luçom Gale­ga será fun­da­men­tal e basi­ca­men­te um pro­jec­to obrei­ro pola sua com­po­siçom, ideo­lo­gia, dou­tri­na e natu­re­za, sob a dire­cçom exclu­si­va do pro­le­ta­ria­do gale­go. A ple­na inde­pen­dên­cia de clas­se é con­diçom sine qua non para evi­tar cair na linha con­ci­lia­do­ra com os sec­to­res pro­gres­sis­tas da bur­gue­sia e a influên­cia refor­mis­ta pro­fun­da­men­te intro­du­zi­da no seio das mas­sas”.

Seguin­do a linha apro­va­da no IV Con­gres­so nova­men­te Pri­mei­ra Linha des­car­ta “qual­quer alia­nça de clas­ses entre o pro­le­ta­ria­do e a bur­gue­sia nacio­nal, pois a expe­riên­cia his­tó­ri­ca cons­ta­ta que este mode­lo, ins­pi­ra­do na vira­gem pro­mo­vi­da por Dimi­trov na linha do VII Con­gress­so da Inter­na­cio­nal Comu­nis­ta em 1935, con­ver­te a clas­se obrei­ra e os sec­to­res empo­bre­ci­dos do povo tra­balha­dor em sim­ples mas­sa de mano­bra da bur­gue­sia pro­gres­sis­ta e libe­ral para evi­tar muda­nças revo­lu­cio­ná­rias e pro­cu­rar saí­das conciliadoras”.

As res­so­luçons do 5º Con­gres­so nom dei­xam lugar a inter­pre­taçons sobre a polí­ti­ca de alia­nças a tecer e desenvolver:

“Os mode­los orga­ni­za­ti­vos ins­pi­ra­dos nas fren­te-popu­la­res e nas fren­tes patrió­ti­cas con­du­zem para a derro­ta do pro­le­ta­ria­do e goram qual­quer objec­ti­vo socia­lis­ta e femi­nis­ta, aggior­nan­do a cons­ciên­cia de clas­se e geran­do fal­sas saí­das que faci­li­tam a reins­tau­raçom capitalista.

É funçom do par­ti­do comu­nis­ta cris­ta­li­zar umha sóli­da polí­ti­ca de alia­nças entre o con­jun­to do povo tra­balha­dor à vol­ta da Uni­da­de Popu­lar, para atin­gir a hege­mo­nia polí­ti­ca e ideo­ló­gi­ca que per­mi­ta inte­grar e somar a par­te dos sec­to­res semi­pro­le­tá­rios do nos­so povo, logran­do a sua rup­tu­ra com o blo­co domi­nan­te bur­guês e por­tan­to res­tar assim base de apoio da oli­gar­quia e o impe­ria­lis­mo, evi­tan­do a sua ade­som à fra­cçom reac­cio­ná­ria, que sem lugar a dúvi­das enfran­que­ce­riam as pos­si­bi­li­da­des de suces­so da INOP.

A liber­taçom nacio­nal e social de géne­ro da Gali­za é resul­ta­do de umha ampla alia­nça com base em pro­gra­mas ava­nça­dos, nom em uni­da­des estrei­tas com pro­jec­tos de míni­mos” será pos­sí­vel no momen­to em que se “con­ju­guem todos os fac­to­res e con­diçons que a per­mi­tam orga­ni­zar com suces­so”.

Pro­le­ta­ri­zaçom partidária

Para o suces­so dos objec­ti­vos acor­da­dos o 5º Con­gres­so de Pri­mei­ra Linha seguin­do o caminho per­co­rri­do na últi­ma déca­da que tem logra­do que na actua­li­da­de seja um “par­ti­do con­fi­gu­ra­do por assa­la­ria­dos e assa­la­ria­das, com um des­ta­ca­do, embo­ra cla­ra­men­te insu­fi­cien­te, com­po­nen­te pro­le­tá­rio”, inci­de na “impor­tán­cia qua­li­ta­ti­va de recru­tar ope­rá­rios e ope­rá­rias fabris” dotan­do-se de um“plano de pene­traçom orga­ni­za­da entre os sec­to­res estra­té­gi­cos do pro­le­ta­ria­do gale­go. O sec­tor meta­lúr­gi­co do nor­te e do sul do País, a indús­tria têx­til, e a cons­truçom civil devem ser os três prin­ci­pais eixos sobre os quais cen­trar­mos esfo­rços” para con­ver­ter-se “no médio pra­zo, numha genuí­na orga­ni­zaçom pro­le­tá­ria”.

Reajus­ta­men­tos esta­tu­tá­rios e nova direcçom

Algumhas modi­fi­caçons esta­tu­tá­rias com­ple­tá­rom as novi­da­des incor­po­ra­das ao cor­pus teó­ri­co do nos­so par­ti­do, apri­mo­ran­do o per­fil leni­nis­ta da nos­sa ferra­men­ta par­ti­dá­ria, que se pre­pa­rou assim para os novos des­afios que tem à sua frente.

O Comi­té Cen­tral foi refo­rça­do com umha impor­tan­te incor­po­raçom de cama­ra­das, alar­gan­do o orga­nis­mo de dire­cçom que vinha diri­gin­do o par­ti­do des­de o IV Congresso.

Car­los Morais foi reelei­to secretário-geral.

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